Trazemos de volta ao Blog o Pink Floyd, para falarmos de uma música com uma sonoridade espetacular e uma letra muito poética e ao mesmo tempo engajada, que se mostra atualíssima...
Sobre o Pink Floyd, acho que nem tem muito mais o que dizer dessa icônica banda inglesa, tida como um dos mais importantes e influentes grupos de rock da história, de estrondoso impacto musical, com uma belíssima discografia e que nos deixou inúmeros hits. Sempre com sucesso de público e crítica.
"Two Suns in the Sunset" é a faixa final do álbum "The Final Cut", lançado em 1983, o último da banda antes da saída de Rogers Waters. Foi um disco que dividiu bastante as opiniões, com muitos fãs considerando o álbum como uma obra solo de Waters – já que todas as letras e canções são de autoria dele –, sem a contribuição mais efetiva dos demais membros da banda. No entanto, não é possível conceber a genialidade e a musicalidade dessa banda sem a participação ativa de todos os seus integrantes.
Particularmente, acho essa edição uma continuação mais melancólica do conceitual e brilhante álbum "The Wall", lançado quatro anos antes.
Demorei muitos anos para começar a gostar e entender melhor a essência e as mensagens de "The Final Cut". Brinco que sou do clã do David Gilmour, com sua peculiar sonoridade. Nesse álbum, apesar da abordagem bem depressiva da maioria das canções, há também grandes reflexões políticas e o medo de desdobramentos da guerra. Nada, absolutamente nada vindo dessa banda é efêmero, banal ou superficial.
E lá na última faixa encontramos essa verdadeira obra-prima, que é "Two Suns in the Sunset". Uma canção atualíssima (vide conflito entre Rússia e Ucrânia e o risco da deflagração de uma guerra mundial).
A música é uma balada rock, embalada com violões, uma bonita linha de baixo, bateria com um tom mais “solene”, um suave piano e o vocal quase sussurrado do Waters. São muitos os elementos musicais que caracterizam o som da banda nessa canção: arranjo impecável, efeitos especiais, bela melodia e, ao final, um solo de saxofone arrasa-quarteirão, capaz de fazer escorrer uma lágrima dos olhos, tamanha sua intensidade. O solo sax é de Raphael Ravenscroft, que toca em outras músicas do álbum "The Final Cut".
Enfim, tudo embalado numa letra bastante reflexiva e com metáforas muito marcantes. Por exemplo, os “two suns“ se referem ao sol propriamente dito e ao clarão da bola de fogo no horizonte de uma explosão nuclear, evocando o medo da ocorrência de uma nova guerra mundial. E finaliza a canção com a mensagem “we were all equal in the end “…. ou seja, no final, na morte, no "final cut", todos nós somos iguais...
Muito bom! Muito forte!
Infelizmente, essa música nunca foi tocada ao vivo pelo Pink Floyd, pois não houve turnê promocional do álbum. Apenas Roger Waters, como artista solo, a interpretou em show.
Sobe o som e vamos curtir juntos.
Veja o videoclipe animado, que ajuda a compreender a atualidade e a dimensão apocalíptica dessa canção.
Essa você não conhecia!
Sonzaço do incomparável Pink Floyd, essa banda genial que é uma lenda na história da música... nesta canção, que tem tudo a ver com o momento atual, o delicioso solo de sax no final fecha com chave de ouro.