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Hoje vamos, no blog, de música instrumental de altíssima qualidade, nos transportando até a inebriante atmosfera de New Orleans, com sua efervescência jazzística.
Estamos falando de Ellis Louis Marsalis Jr., nascido na mítica cidade em 1934. Ele foi um extraordinário pianista, compositor, professor de importantes instituições de ensino de jazz e educador musical de gerações de músicos.
Ativo desde o final da década de 1940, Marsalis ganhou mais atenção nas décadas de 1980 e 1990, como músico, educador e patriarca de uma família musical. Entre seus cinco filhos, dois outros expoentes do jazz norte-americano, o saxofonista Brandford e o trompetista Wynton, muito respeitados no cenário musical. Uma família da pesada…. só fera!!!
Com uma bela trajetória musical, reconhecido pela crítica especializada e também adorado pelos fãs de jazz, Ellis gravou vários álbuns e faleceu aos 85 anos, em 2020, por complicações decorrentes da Covid-19. Além de um virtuose como músico, Ellis teve um profundo impacto na linhagem do jazz no final do século XX, sendo considerado uma referência, por ter educado musicalmente e inspirado muitos outros músicos. Ele ajudou a formar artistas como Terence Blanchard, Donald Harrison Jr., Harry Connick Jr. e Nicholas Payton. Ellis Marsalis foi, ainda, um dos disseminadores do estilo bebop em New Orleans.
"Heart of Gold" é a 7ª faixa do excelente álbum que leva o mesmo nome, lançado em 1992 com muito sucesso, consolidando sua relevância musical.
Temos aqui uma obra de muita sensibilidade, estilo e charme. Uma melodiosa canção, conduzida magnificamente por um suave piano. Observem que essa bela levada nos remete à MPB (Ellis apreciava muito a música brasileira), em especial ao som da turma mineira do Clube da Esquina... tudo com muito virtuosismo e elegância. Um verdadeiro clássico!
Tive a mágica experiência de assistir um show dele em 1998, em New Orleans, num famoso bar na periferia da cidade – Snug Harbor Jazz Bistro. Situado numa região bastante tensa, o que me gerou um certo stress para chegar e partir rsrsrs. Mas, ficando com a parte memorável dessa história, assistir ao vivo certos músicos é algo que transcende de uma maneira que nem dá pra explicar…uma small band tirando um som impressionante.
Ellis adorava a música brasileira e a possiblidade de intercâmbios e trocas de experiências. Meu irmão músico, Paulo Emílio, que passou um período em New Orleans durante um festival de jazz e participou de várias oficinas, teve a oportunidade de dialogar em algumas oportunidades com Ellis, conversando sobre um possível convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Experiência fascinante para ele também, que destacou pra mim a visão inovadora e criativa desse fantástico pianista.
Sobe o som e vamos curtir juntos!
Essa você não conhecia!
Eu adoro jazz, e Ellis é um símbolo de excelência, uma referência, um farol. Sua música é límpida e envolve a nossa alma...