De volta ao Blog, depois de quase três anos, o talentoso e extraordinário cantor, compositor e músico maranhense Zeca Baleiro, que nos brinda com uma interessante releitura de um clássico do punk rock nacional.
"Eu Não Matei Joana D'Arc" é uma música ícone dos anos 1980, revisitada pelo Zeca numa nova versão, cool, irônica e que destaca a criatividade e o nonsense da letra! Essa canção, sucesso incandescente da banda baiana Camisa de Vênus, foi lançada inicialmente em 1985.
Zeca Baleiro é um músico que está sempre se renovando, para a alegria de sua legião de fãs e da crítica especializada. Ele continua lançando com frequência excelentes álbuns e fazendo tours pelo Brasil e no exterior.
A música de hoje é a 5ª faixa do disco "Concerto", lançado em 2010. Um álbum mais acústico e com arranjos bastante diferenciados. O disco é em formato de recital, em que Zeca é acompanhado por apenas dois músicos, e foi gravado ao vivo, de um show no Teatro Fecap, em São Paulo.
Uma característica singular desse disco é que mais da metade do seu repertório é composta por músicas de outros autores. "São (músicas) da minha discoteca afetiva. É libertador cantar outros compositores", disse Zeca sobre o álbum.
Temos aqui uma balada punk rock mas com uma levada bem mais suave, numa interpretação única.
Destaque em especial para a letra de Marcelo Nova e Gustavo Mullem, do grupo Camisa de Vênus. A letra é uma verdadeira viagem... rsss...uma tentativa de heresia misturada com sátira e filosofia pós-moderna, com pitadas de sexo, drogas, paranoia e Guerra Fria...fico imaginando o que se passou na cabeça dos compositores...
Confesso que cantei muito essa canção na minha adolescência, mas somente após ouvir essa versão do Zeca Baleiro é que passei a observar mais nuances da letra e a genialidade da abordagem completamente surreal. Um marco do rock nacional.
Sobe o som e vamos curtir juntos essa verdadeira viagem de voz e violão!
Essa versão você não conhecia!
P.S.: Joana d'Arc foi uma camponesa francesa que foi canonizada, tornada santa pela Igreja Católica, considerada uma heroína da França pelos seus feitos durante a Guerra dos Cem Anos.
Saudade de uma época que não volta mais... ainda bem que as músicas são eternas, se conservadas podem ser ouvidas a qualquer momento... a comparação da riqueza, qualidade e variedade musicais das décadas de 1960, 1970, 1980, 1990 e início dos anos 2000 com a "pobreza" intelectual de boa parte do cenário musical dos dias de hoje é brutal, dá vontade de chorar...